O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta 5ª feira (11.dez.2025) que não desistiu de apoiar Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na disputa pelo governo de Minas Gerais em 2026.
A declaração vem durante o revés de Lula com o presidente do Senado Davi Alcolumbre (União-AP),que defendia Pacheco para a vaga deixada por Luís Roberto Barroso no STF (Supremo Tribunal Federal). O presidente preferiu alguém mais previsível e indicou Jorge Messias.
Em entrevista à TV Alterosa, o presidente reconheceu a importância de ter um candidato competitivo em Minas para a eleição de 2026 e demonstrou preocupação com a falta de palanque formado no Estado.
“Eu até disse para o Pacheco: ‘Cara, estou pedindo para você me ajudar a ganhar as eleições para presidente da República. Você será governador do 2º Estado mais importante do Brasil. Pode fazer a diferença nesse processo eleitoral. Ele pensa que eu desisti, mas eu não desisti”, afirmou.
Lula elogiou o senador, chamando-o de “uma das maiores personalidades públicas de Minas Gerais” e disse que ainda há tempo para convencer Pacheco a concorrer.
O presidente também citou outros nomes ventilados pela oposição e aliados locais, incluindo Alexandre Kalil (PDT), Tadeu Leite (MDB) e as prefeitas de Juiz de Fora e Contagem, Margarida Salomão (PT) e Marília Campos (PT), mas reforçou que não há pressa para decidir. “Vamos esperar o tempo passar e, se ele (Pacheco) não aceitar, vamos trabalhar outros nomes”, disse.
O petista aproveitou para criticar o governador Romeu Zema (Novo-MG), que recentemente comparou o governo federal a uma “bomba relógio” e disse que os resultados eram artificiais.
Segundo Lula, Zema deveria olhar para a própria gestão, que deixou a dívida do Estado dobrar em 8 anos. A partir disso, destacou a atuação de Pacheco na aprovação do Propag (Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados), que refinanciou dívidas de governos estaduais, incluindo o mineiro.
“Quem fez um acordo para resolver o problema da dívida mínima fomos nós, com a ajuda de Pacheco, que trabalhou muito para a gente fazer o Propag. E no Propag estamos obrigando o governador a investir em cursos profissionalizantes e parar de fazer política de gracinha”, afirmou.
O presidente ironizou a atuação de Zema nas redes sociais e destacou que políticos que vivem “de gracinha na internet” não terão sucesso na vida real.
“Prefiro comer um pão com mortadela do que banana com casca. Nem macaco come banana com casca. O ano que vem é o ano da verdade. Se ele for candidato, terá de provar nas ruas e nos debates quem fez mais política de inclusão social em Minas Gerais: o governo do Estado ou o governo federal”, disse.
Pesquisa do Real Time Big Data divulgada nesta 4ª feira (10.dez.2025) mostra que 62% dos eleitores mineiros aprovam o governo de Zema, enquanto 34% desaprovam. Outros 4% não souberam ou não quiseram responder. A pesquisa ouviu 1.500 pessoas entre 8 e 9 de dezembro, com margem de erro de 3 pontos percentuais e nível de confiança de 95%.
Ao avaliar a gestão de Zema, 33% dos entrevistados consideraram o governo ótimo ou bom, 33% disseram ser regular e 31% avaliaram como ruim ou péssima.
Na corrida pela sucessão estadual, o levantamento aponta o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) na liderança, com 38% das intenções de voto, seguido por Alexandre Kalil (PDT), com 18%.


