Produtos potencialmente afetados pertencem à indústria de transformação; China tem impacto potencial de US$ 34,2 bilhõesProdutos potencialmente afetados pertencem à indústria de transformação; China tem impacto potencial de US$ 34,2 bilhões

Tarifaço do México impacta até US$ 1,7 bi do Brasil, diz CNI

2025/12/12 21:23

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) calculou que o impacto do tarifaço anunciado pelo México contra o Brasil poderá ser de até US$ 1,7 bilhão nas exportações do país. Eis a íntegra do estudo (PDF – 2 MB).

Dados do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) mostram que o México importou US$ 7,14 bilhões em produtos do Brasil de janeiro a novembro de 2025. O valor corresponde a 2,2% do total de exportações realizadas pelo Brasil ao mundo.

A CNI disse que o Brasil pode ser o 5º país mais afetado. A medida pode alcançar 232 produtos da indústria de transformação brasileira, que somaram US$ 1,7 bilhão e representam cerca de 14,7% das exportações do Brasil para o México em 2024.

Para a confederação, os acordos comerciais vigentes entre o Brasil e o México apresentam cobertura “insuficiente” para neutralizar os impactos tarifários.

Do valor potencialmente afetado, 59,8% têm preferência tarifária integral. Há 40,2% que não contam com cobertura ou dispõem “apenas de preferências reduzidas”.

“A proposta mexicana de elevação tarifária pode aumentar os custos de produção e impactar negativamente os fluxos de comércio e investimentos entre os 2 países”, disse a CNI.

O Senado do México aprovou na 4ª feira (10.dez.2025) tarifas de até 50% sobre as importações da China e de outros países, inclusive o Brasil. Segundo a agência Reuters, a proposta aumentará as taxas sobre mais de 1.400 produtos diferentes –principalmente têxteis, vestuário, aço, autopeças, plásticos e calçados.

Depois de passar pela Câmara dos Deputados, a medida foi aprovada pelo Senado mexicano com 76 votos a favor, 5 contra e 35 abstenções, e passará a valer em 2026. A maioria dos produtos, no entanto, terá tarifas de até 35%.

ENTENDA

O Governo Federal do México propôs o Programa de Protección para las Industrias Estratégicas. A proposta estabelece um aumento de tarifas de importação de 983 produtos e abrange 19 setores industriais. A alíquota média pode mais que dobrar, passando de 16,1% para 33,8%, e alcançar até 50% em determinados códigos tarifários.

Segundo a CNI, o programa tem como objetivos proteger a indústria nacional e ampliar empregos em polos industriais, reduzindo a dependência de importações asiáticas e incentivando a substituição por produção doméstica.

A CNI disse que o México reportou ter importado US$ 11,7 bilhões do Brasil em 2024. Do total, US$ 1,7 bilhão (ou 14,7%) podem ser impactados pelas novas tarifas.

Todos os produtos potencialmente afetados pertencem à indústria de transformação, sendo que 67,6% do valor afetado corresponde a bens intermediários, isto é, insumos utilizados no comércio intraindústria.

“O setor de Veículos automotores é o mais impactado, com US$ 922,3 milhões, mais da metade do valor afetado (53,8%). Entre os produtos mais relevantes estão motores de pistão, veículos de passageiros e suas partes e acessórios”, disse a CNI.

Leia a íntegra do comunicado:

“A Confederação Nacional da Indústria (CNI) defende que o Brasil avance na negociação de acordo de livre comércio mais abrangente com o México, mercado prioritário da agenda internacional da indústria nacional. A medida é considerada fundamental para proteger e ampliar a relação comercial bilateral, sobretudo neste momento.

“A CNI aguarda a confirmação de possíveis alterações no escopo da medida para estimar um impacto mais preciso sobre as exportações brasileiras. No entanto, a instituição já havia feito estimativas sobre as novas medidas mexicanas com base na proposta inicial do governo mexicano. A análise preliminar mostrava que a proposta poderia impactar US$ 1,7 bilhão (14,7%) do que foi exportado pelo Brasil ao México em 2024.

“Um dos principais pontos destacados na análise da CNI é que os acordos bilaterais vigentes são insuficientes e, principalmente neste momento, pode haver redução da competitividade brasileira.

“Para a CNI, é importante que os governos do Brasil e do México intensifiquem o diálogo bilateral, de modo a isentar ou diferenciar os produtos brasileiros das tarifas de importação anunciadas pelo México, que vão na contramão das negociações em curso. Isso permitirá a manutenção do compromisso conjunto de modernizar a relação econômica, à medida que se cumpre com celeridade o cronograma do plano de trabalho para atualização dos acordos comerciais”.

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