Adilson Barroso (PL-SP) vai tomar posse na Câmara dos Deputados depois de Carla Zambelli (PL-SP) renunciar ao mandato. Zambelli oficializou a saída no domingo (14.dez.2025), 3 dias depois de o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinar a perda do cargo e dar 48 horas para o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), convocar o 1º suplente.
De 2023 a 2025, Barroso ocupou na Câmara a vaga de Guilherme Derrite (PP-SP), que se licenciou para chefiar a Secretaria Estadual de Segurança Pública de São Paulo. Derrite reassumiu o mandato no fim de novembro, e Barroso voltou à suplência até ser chamado para ocupar o lugar de Zambelli. A informação foi confirmada pelo Poder360.
Ativo nas redes sociais, Barroso usa no Instagram o nome “Adilson B Bolsonarista”. Na descrição do perfil, diz ser “de direita”, “conservador” e “patriota”, além de se apresentar como amigo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de Michelle Bolsonaro e do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).
Ele é pai da deputada estadual Fabiana Barroso (PL-SP), que gosta de ser reconhecida como Fabiana Bolsonaro.
Natural de Minas Nova (MG), mudou-se ainda criança para o Estado de São Paulo. Segundo o seu histórico, tornou-se empresário aos 21 anos e, aos 23, foi eleito vereador em Barrinha (SP) pelo PTB. Mais adiante, foi vice-prefeito de 1997 a 2002 pelo PFL e, em 2002, elegeu-se deputado estadual pelo Prona.
Em 2012, fundou o PEN (Partido Ecológico Nacional). Ele diz que, em 2017, firmou acordo com Bolsonaro para que o então deputado fosse candidato à Presidência pela sigla, desde que o partido passasse a se chamar Patriota.
No seu site oficial, Barroso relata que “ficou decidido que Bolsonaro seria candidato à Presidência da República pelo Patriota” e que o então deputado assinou a ficha de filiação em 23 de novembro de 2017, a ser apresentada ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em abril de 2018. Barroso também afirma que o advogado Gustavo Bebianno, responsável jurídico da candidatura, queria presidir nacionalmente a legenda, e que o plano não avançou pelo partido.
Em 2020, tentou novamente levar Bolsonaro para a sigla, mas diz que acabou destituído da presidência do partido. Em 2021, filiou-se ao PL. Em 2022, disputou a eleição para deputado federal e tornou-se suplente.
Barroso vai ocupar a vaga de Zambelli, que está presa na Itália desde julho. Ela deixou o Brasil depois de ser condenada pelo Supremo a 10 anos de prisão por invadir os sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Em agosto, Zambelli também foi condenada pelo STF a 5 anos e 3 meses de prisão por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal contra o jornalista Luan Araújo, em São Paulo, na véspera do 2º turno das eleições de 2022.
O STF determinou a perda do mandato depois do fim da possibilidade de recurso, além do pagamento de multa de 400 salários mínimos vigentes em 2022, com atualização monetária.
Segundo o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), a renúncia de Zambelli não foi improvisada, mas uma decisão estratégica. Em carta, a deputada afirmou que a iniciativa deve servir como um “alerta histórico”.


