A máquina que “caminha” sobre pilares a 30 metros de altura: entenda como a Treliça Lançadeira deposita vigas de 100 toneladas com precisão milimétrica sem tocar o chão

A engenharia por trás de um viaduto envolve uma logística complexa que une cálculos estruturais precisos e maquinário pesado. Entender como essas estruturas colossais são erguidas revela o nível de tecnologia aplicada para vencer obstáculos geográficos e urbanos.

O início de tudo: fundações e infraestrutura

Antes de qualquer pilar subir, estudos de solo e topografia definem o tipo de fundação profunda necessária. A estabilidade da obra depende inteiramente dessa etapa, que transfere as cargas da estrutura para as camadas mais resistentes do terreno.

Nesta fase, entram em cena as perfuratrizes (bate-estacas), máquinas robustas responsáveis por cravar estacas ou escavar tubulões. Escavadeiras hidráulicas auxiliam na remoção de terra e na preparação do canteiro para a chegada das armaduras de aço.

Como os pilares e vigas são erguidos?

Após a concretagem das bases, inicia-se a elevação dos pilares, que darão a altura necessária ao viaduto. O uso de fôrmas metálicas deslizantes ou trepantes agiliza esse processo, permitindo que o concreto armado seja moldado verticalmente com rapidez e segurança.

Sobre os pilares, são instaladas as vigas travessas, que servem de apoio para o tabuleiro (a pista onde os carros passam). Guindastes de alta capacidade são cruciais aqui para içar essas peças pesadas, que muitas vezes são pré-fabricadas no próprio canteiro ou em indústrias próximas.

Confira os principais métodos construtivos utilizados na superestrutura:

• Vigas pré-moldadas: Peças prontas são içadas e posicionadas sobre os apoios, ideal para vãos menores e obras rápidas.
• Balanço sucessivo: O tabuleiro avança a partir dos pilares em segmentos (aduelas), sustentando-se pelo próprio peso, comum em grandes vãos.
• Lançamento incremental: A ponte é concretada em uma das margens e empurrada hidraulicamente sobre os pilares já prontos.

A tecnologia das treliças lançadeiras

Para posicionar vigas em locais de difícil acesso ou muito altos, a treliça lançadeira é o equipamento protagonista. Essa estrutura metálica móvel “caminha” sobre os pilares já construídos, transportando e depositando as vigas com precisão milimétrica sem precisar de guindastes no solo.

Em métodos como o balanço sucessivo, utilizam-se os carros de avanço. Eles funcionam como fôrmas móveis que se deslocam para a frente a cada nova concretagem, permitindo que a obra cresça no ar sem escoramentos vindos do chão.

Finalização e obras de arte especiais

Com a estrutura principal pronta, a etapa de pavimentação e acabamento garante a usabilidade e segurança da via. Aplica-se o asfalto sobre o tabuleiro impermeabilizado, instalam-se as barreiras de proteção (New Jersey), guarda-corpos e a sinalização viária.

Testes de carga estática e dinâmica são obrigatórios antes da inauguração para validar a resistência do projeto. Se você atua no setor ou se interessa por grandes obras de infraestrutura, acompanhar as inovações em materiais compósitos e concreto de ultra desempenho é o próximo passo para entender o futuro da construção civil.

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Pontos-chave sobre a engenharia de viadutos

• A escolha do método construtivo (pré-moldado ou moldado in loco) depende do vão a ser vencido e do acesso ao terreno.
• Equipamentos como treliças lançadeiras e carros de avanço eliminam a necessidade de escoramentos complexos no solo.
• A fundação é a etapa mais crítica, exigindo perfuratrizes potentes para garantir a estabilidade da obra por décadas.

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