Ex-presidente segue detido desde 22 de novembro enquanto defesa pressiona STF por domiciliarEx-presidente segue detido desde 22 de novembro enquanto defesa pressiona STF por domiciliar

Preso há 1 mês na PF, Bolsonaro tenta saída “humanitária”

2025/12/22 17:00

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) completa 1 mês preso na Superintendência da PF (Polícia Federal), em Brasília, nesta 2ª feira (22.dez.2025). Ele foi preso preventivamente em 22 de novembro, a pedido da PF, após tentar danificar a tornozeleira eletrônica com um ferro de solda. O pedido foi atendido pelo ministro Alexandre de Moraes, que entendeu existir risco de fuga do ex-presidente. 

Em 25 de novembro, a prisão preventiva virou definitiva. Com o trânsito em julgado na ação penal sobre a tentativa de golpe, Bolsonaro começou a cumprir pena de 27 anos e 3 meses na PF. Desde então, o ex-presidente está isolado. Recebeu familiares, advogados e médicos na carceragem. 

Da família, apenas a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e os filhos Carlos (PL-RJ), Flávio (PL-RJ) e Laura foram visitá-lo. Por determinação de Moraes, advogados e a equipe médica do ex-chefe do Executivo cadastrados têm acesso livre. Cabe à defesa indicar as visitas e encaminhar os pedidos ao STF (Supremo Tribunal Federal). Nesse período, os advogados solicitaram apenas visitas de familiares e o credenciamento de novos profissionais para o acompanhamento da saúde de Bolsonaro.

Aliados do ex-presidente também tentaram visitá-lo, mas foram poucos. Ao todo, 4 pedidos individuais foram protocolados no sistema eletrônico do STF. Como não partiram da defesa, não foram analisados por Moraes. Solicitaram acesso o líder da Oposição na Câmara, deputado Luciano Zucco (PL-RS), Isaac Dalcol Antunes (PL), Rodolfo Nogueira (PL-MS) e o senador Magno Malta (PL-ES), que alegou necessidade de “assistência religiosa”.

Bolsonaro recebeu, ao todo, 4 visitas do filho Flávio Bolsonaro. O senador afirmou que foi escolhido pelo pai para disputar a Presidência da República em 2026. 

MARMITAS E FISIOTERAPIA 

O ex-presidente só come o que é preparado por Michelle. A família afirma que Bolsonaro deve cumprir com uma dieta especial baseada em orientações médicas. “Ele precisa ter uma alimentação especial por causa do fluxo intestinal, por causa das sequelas da cirurgia dele”, disse Flávio após visitá-lo em 25 de novembro. Horas depois, Moraes autorizou o recebimento de “alimentação especial” externa na Superintendência da PF. 

O ministro autorizou o cadastramento das 3 pessoas responsáveis por fazer a entrega das marmitas. “O horário da entrega será fixado pela Polícia Federal, que deverá fiscalizar e registrar o que for entregue, mediante termo de responsabilidade a ser assinado pelos entregadores”, escreveu Moraes.

Na 5ª feira (18.dez), Moraes também permitiu que Michelle visite permanentemente o marido. A ex-primeira-dama poderá fazer visitas de até 30 minutos toda 3ª e 5ª feira, pelo turno da manhã. No mesmo despacho, o ministro autorizou que o ex-mandatário seja acompanhado por um fisioterapeuta na prisão, que o acompanhará durante o horário de “banhos de sol, nos dias úteis, conforme prescrição médica”

À ESPERA DE CIRURGIA 

Desde que Bolsonaro foi levado para a PF, a defesa tenta emplacar uma prisão domiciliar humanitária. Argumentam que o quadro de saúde do ex-presidente é incompatível com o regime fechado.  Aos 70 anos, Bolsonaro passou por diversas intervenções cirúrgicas desde a facada sofrida em setembro de 2018, durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG).

Agora, ele precisa de mais uma cirurgia. O laudo pericial da PF, concluído na 6ª feira (19.dez), recomenda que o ex-presidente seja submetido a uma herniorrafia inguinal convencional bilateral. O documento diz que o quadro clínico é agravado por “soluços incoercíveis“, que atingem uma frequência de até 40 episódios por minuto. 

Depois da entrega da perícia ao STF, Moraes autorizou que Bolsonaro seja submetido ao procedimento. Em sua decisão, determinou que a defesa do ex-presidente se manifeste sobre a “programação e data pretendidas para a realização da cirurgia eletiva”. Leia a íntegra (PDF – 542 kB).

Os médicos explicam que a persistência dos soluços nos últimos 7 meses foi o que agravou o quadro, transformando a hérnia em bilateral. O esforço repetitivo de contração do diafragma aumenta a pressão interna do abdômen, o que, segundo o laudo, gera um risco de “encarceramento” da hérnia —quando o tecido fica preso e pode sofrer necrose, transformando o caso em uma emergência.

Embora a junta médica da PF classifique a cirurgia como eletiva (programada), o relatório enfatiza a necessidade de realização “o mais breve possível”. A recomendação visa cessar o “sofrimento físico do periciado”, que apresenta sinais de aspiração pulmonar e tosse crônica por causa do refluxo associado ao quadro.

Ao negar o pedido de prisão domiciliar da defesa, Moraes argumentou que o caráter eletivo da cirurgia não justifica a alteração do regime de cumprimento de pena. O magistrado afirmou que a assistência médica necessária pode ser prestada dentro das normas de execução penal vigentes.

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