Voices 2025 Mariana Saguias/TechTudo A tecnologia ganhou uma nova roupagem nos últimos tempos, e deixou de ser somente um acessório, para virar parte da rotina de qualquer pessoa conectada atualmente. Em 15 anos, o mercado tech se adaptou a um novo perfil de conectividade e viu a inteligência artificial (IA) se tornar cada vez mais protagonista desse universo. No VOICES 2025*, encontro sobre tecnologia, comportamento digital e inovação organizado pela primeira vez pela Editora Globo nesta quarta-feira (10), as mudanças recentes e os desafios próximos do mercado tech foram debatidos por especialistas. A trilha que abriu a programação do TechTudo, e mediada pelo analista Rubens Achilles no Museu de Arte do Rio, teve como tema “100 anos em 15: o que mudou no mercado tech desde 2010 e o que vem por aí? ''. Para o papo, foram convidados Patricia Peck, advogada e especialista em Direito Digital; Gabriel Torres, especialista em tecnologia, jornalista, autor, professor e fundador do Clube do Hardware; e Dora Kaufman, professora da PUC-SP, que afirmaram ser preciso educar as pessoas quanto ao uso da inteligência artificial. Para eles, a própria ferramenta deve ser treinada como uma forma de conter a disseminação de desinformação, principalmente agora com ano eleitoral se aproximando. Confira os destaques do papo, a seguir. 100 anos em 15: o que mudou no mercado tech desde 2010 e o que vem por aí? Rubens Achilles, analista do TechTudo, direcionou a primeira pergunta do debate para Gabriel Torres, especialista em tecnologia e fundador do Clube do Hardware. Questionado se a tecnologia avançou ou se as pessoas mudaram os hábitos, o especialista explicou que o mercado tech mudou e novas tecnologias surgiram. Entre elas, estão a Internet banda larga, modelos de smartphones mais modernos e até novas profissões como os de influenciadores digitais que mudaram o discurso na internet com a explosão das redes sociais. Diante de todo avanço tecnológico, Gabriel explicou que houve também uma maior exposição a golpes, e com isso, é necessário que a legislação seja melhorada a fim de proteger dados pessoais expostos no ambiente digital. Para Dora Kaufman, pesquisadora e referência no debate sobre a inteligência artificial no Brasil, a tecnologia avança com as pessoas e ela se modifica conforme o comportamento humano também muda. Exemplo disso é a própria IA, que transformou desde o processo de decisão até a maneira de criar dos usuários. “Privacidade é um direito, um valor”, disse Patricia Peck, PhD em direito internacional, autora e especialista em direito digital e cibersegurança. Para ela, o que a tecnologia está fazendo é digitalizar a sociedade e o direito é um reflexo socioeconômico dessa nova realidade. Com isso, “ o direito digital é um upgrade do direito”, explicou a especialista. O papel da inteligência artificial Para Dora Kaufman, os recursos disponíveis pela IA estão mudando a maneira como criamos e inovamos, o que pode impactar diretamente no processo de decisão que temos. “A história do desenvolvimento da Inteligência Artificial tem se pautado em uma coevolução entre tecnologia e demandas humanas”, pontua Kaufman, que pôs em xeque a estrutura operacional desses recursos generativos. Há, no entanto, limitações técnicas que expõem a fragilidade de alguns recursos generativos que podem acentuar riscos sociais e expor a necessidade de um letramento digital — o que, para a mesa, representa um grande desafio em tempos mais sensíveis, como o ano eleitoral que se aproxima. “Se as pessoas souberem que existe a possibilidade de gerar vídeos fakes com falas artificiais, por exemplo, já é um avanço em termos de cidadania. O enfrentamento [aos riscos gerados pela fragilidade da IA] tem que vir pela alfabetização do leitor”, destaca Dora. Temas como manipulação e segurança também tiveram destaque na conversa. Dora, Gabriel e Patricia apontaram a evolução digital como caminho possível se existir um acompanhamento legislativo que garanta tanto o desenvolvimento tecnológico quanto social. Patrícia Peck, por exemplo, faz uma síntese do campo legal com a dinâmica da tecnologia: “A segurança jurídica é uma ferramenta de harmonia social. Com a IA isso se acentua. No caso do Brasil, começamos com uma legislação pequena, depois fomos para o outro extremo, com algo denso e muito complexo, importado do modelo europeu. Precisamos alcançar um meio-termo que exija transparência, etiquetagem e um compromisso de não disseminar desinformação”, conclui. Sobre o VOICES O VOICES é um evento gratuito que acontece no dia 10 de dezembro no Museu de Arte Moderna (MAR), e conta com a presença de diversos especialistas brasileiros e internacionais. Neste encontro são abordados diversos temas, como inteligência artificial (IA), comportamento digital, inovação e empreendedorismo. O TechTudo terá uma trilha de mesas onde criadores de conteúdos, advogados, professores, pesquisadores e colunistas irão debater assuntos como tendências para dispositivos tech, golpes online e segurança digital, além de conteúdos sobre inteligência artificial. *O Voices é uma iniciativa da Editora Globo e do Sistema Globo de Rádio, com patrocínio da Prefeitura do Rio e Secretaria Municipal de Educação, apoio da Zapt, patrocínio das trilhas por Claro Empresas e Insper e parceria da Play9. Mais Lidas Voices 2025 Mariana Saguias/TechTudo A tecnologia ganhou uma nova roupagem nos últimos tempos, e deixou de ser somente um acessório, para virar parte da rotina de qualquer pessoa conectada atualmente. Em 15 anos, o mercado tech se adaptou a um novo perfil de conectividade e viu a inteligência artificial (IA) se tornar cada vez mais protagonista desse universo. No VOICES 2025*, encontro sobre tecnologia, comportamento digital e inovação organizado pela primeira vez pela Editora Globo nesta quarta-feira (10), as mudanças recentes e os desafios próximos do mercado tech foram debatidos por especialistas. A trilha que abriu a programação do TechTudo, e mediada pelo analista Rubens Achilles no Museu de Arte do Rio, teve como tema “100 anos em 15: o que mudou no mercado tech desde 2010 e o que vem por aí? ''. Para o papo, foram convidados Patricia Peck, advogada e especialista em Direito Digital; Gabriel Torres, especialista em tecnologia, jornalista, autor, professor e fundador do Clube do Hardware; e Dora Kaufman, professora da PUC-SP, que afirmaram ser preciso educar as pessoas quanto ao uso da inteligência artificial. Para eles, a própria ferramenta deve ser treinada como uma forma de conter a disseminação de desinformação, principalmente agora com ano eleitoral se aproximando. Confira os destaques do papo, a seguir. 100 anos em 15: o que mudou no mercado tech desde 2010 e o que vem por aí? Rubens Achilles, analista do TechTudo, direcionou a primeira pergunta do debate para Gabriel Torres, especialista em tecnologia e fundador do Clube do Hardware. Questionado se a tecnologia avançou ou se as pessoas mudaram os hábitos, o especialista explicou que o mercado tech mudou e novas tecnologias surgiram. Entre elas, estão a Internet banda larga, modelos de smartphones mais modernos e até novas profissões como os de influenciadores digitais que mudaram o discurso na internet com a explosão das redes sociais. Diante de todo avanço tecnológico, Gabriel explicou que houve também uma maior exposição a golpes, e com isso, é necessário que a legislação seja melhorada a fim de proteger dados pessoais expostos no ambiente digital. Para Dora Kaufman, pesquisadora e referência no debate sobre a inteligência artificial no Brasil, a tecnologia avança com as pessoas e ela se modifica conforme o comportamento humano também muda. Exemplo disso é a própria IA, que transformou desde o processo de decisão até a maneira de criar dos usuários. “Privacidade é um direito, um valor”, disse Patricia Peck, PhD em direito internacional, autora e especialista em direito digital e cibersegurança. Para ela, o que a tecnologia está fazendo é digitalizar a sociedade e o direito é um reflexo socioeconômico dessa nova realidade. Com isso, “ o direito digital é um upgrade do direito”, explicou a especialista. O papel da inteligência artificial Para Dora Kaufman, os recursos disponíveis pela IA estão mudando a maneira como criamos e inovamos, o que pode impactar diretamente no processo de decisão que temos. “A história do desenvolvimento da Inteligência Artificial tem se pautado em uma coevolução entre tecnologia e demandas humanas”, pontua Kaufman, que pôs em xeque a estrutura operacional desses recursos generativos. Há, no entanto, limitações técnicas que expõem a fragilidade de alguns recursos generativos que podem acentuar riscos sociais e expor a necessidade de um letramento digital — o que, para a mesa, representa um grande desafio em tempos mais sensíveis, como o ano eleitoral que se aproxima. “Se as pessoas souberem que existe a possibilidade de gerar vídeos fakes com falas artificiais, por exemplo, já é um avanço em termos de cidadania. O enfrentamento [aos riscos gerados pela fragilidade da IA] tem que vir pela alfabetização do leitor”, destaca Dora. Temas como manipulação e segurança também tiveram destaque na conversa. Dora, Gabriel e Patricia apontaram a evolução digital como caminho possível se existir um acompanhamento legislativo que garanta tanto o desenvolvimento tecnológico quanto social. Patrícia Peck, por exemplo, faz uma síntese do campo legal com a dinâmica da tecnologia: “A segurança jurídica é uma ferramenta de harmonia social. Com a IA isso se acentua. No caso do Brasil, começamos com uma legislação pequena, depois fomos para o outro extremo, com algo denso e muito complexo, importado do modelo europeu. Precisamos alcançar um meio-termo que exija transparência, etiquetagem e um compromisso de não disseminar desinformação”, conclui. Sobre o VOICES O VOICES é um evento gratuito que acontece no dia 10 de dezembro no Museu de Arte Moderna (MAR), e conta com a presença de diversos especialistas brasileiros e internacionais. Neste encontro são abordados diversos temas, como inteligência artificial (IA), comportamento digital, inovação e empreendedorismo. O TechTudo terá uma trilha de mesas onde criadores de conteúdos, advogados, professores, pesquisadores e colunistas irão debater assuntos como tendências para dispositivos tech, golpes online e segurança digital, além de conteúdos sobre inteligência artificial. *O Voices é uma iniciativa da Editora Globo e do Sistema Globo de Rádio, com patrocínio da Prefeitura do Rio e Secretaria Municipal de Educação, apoio da Zapt, patrocínio das trilhas por Claro Empresas e Insper e parceria da Play9. Mais Lidas

Voices 2025 — Foto: Mariana Saguias/TechTudo
A tecnologia ganhou uma nova roupagem nos últimos tempos, e deixou de ser somente um acessório, para virar parte da rotina de qualquer pessoa conectada atualmente. Em 15 anos, o mercado tech se adaptou a um novo perfil de conectividade e viu a inteligência artificial (IA) se tornar cada vez mais protagonista desse universo. No VOICES 2025*, encontro sobre tecnologia, comportamento digital e inovação organizado pela primeira vez pela Editora Globo nesta quarta-feira (10), as mudanças recentes e os desafios próximos do mercado tech foram debatidos por especialistas.
A trilha que abriu a programação do TechTudo, e mediada pelo analista Rubens Achilles no Museu de Arte do Rio, teve como tema “100 anos em 15: o que mudou no mercado tech desde 2010 e o que vem por aí? ''. Para o papo, foram convidados Patricia Peck, advogada e especialista em Direito Digital; Gabriel Torres, especialista em tecnologia, jornalista, autor, professor e fundador do Clube do Hardware; e Dora Kaufman, professora da PUC-SP, que afirmaram ser preciso educar as pessoas quanto ao uso da inteligência artificial. Para eles, a própria ferramenta deve ser treinada como uma forma de conter a disseminação de desinformação, principalmente agora com ano eleitoral se aproximando. Confira os destaques do papo, a seguir.
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100 anos em 15: o que mudou no mercado tech desde 2010 e o que vem por aí?
Rubens Achilles, analista do TechTudo, direcionou a primeira pergunta do debate para Gabriel Torres, especialista em tecnologia e fundador do Clube do Hardware. Questionado se a tecnologia avançou ou se as pessoas mudaram os hábitos, o especialista explicou que o mercado tech mudou e novas tecnologias surgiram. Entre elas, estão a Internet banda larga, modelos de smartphones mais modernos e até novas profissões como os de influenciadores digitais que mudaram o discurso na internet com a explosão das redes sociais.
Diante de todo avanço tecnológico, Gabriel explicou que houve também uma maior exposição a golpes, e com isso, é necessário que a legislação seja melhorada a fim de proteger dados pessoais expostos no ambiente digital. Para Dora Kaufman, pesquisadora e referência no debate sobre a inteligência artificial no Brasil, a tecnologia avança com as pessoas e ela se modifica conforme o comportamento humano também muda. Exemplo disso é a própria IA, que transformou desde o processo de decisão até a maneira de criar dos usuários.
“Privacidade é um direito, um valor”, disse Patricia Peck, PhD em direito internacional, autora e especialista em direito digital e cibersegurança. Para ela, o que a tecnologia está fazendo é digitalizar a sociedade e o direito é um reflexo socioeconômico dessa nova realidade. Com isso, “ o direito digital é um upgrade do direito”, explicou a especialista.
O papel da inteligência artificial
Para Dora Kaufman, os recursos disponíveis pela IA estão mudando a maneira como criamos e inovamos, o que pode impactar diretamente no processo de decisão que temos. “A história do desenvolvimento da Inteligência Artificial tem se pautado em uma coevolução entre tecnologia e demandas humanas”, pontua Kaufman, que pôs em xeque a estrutura operacional desses recursos generativos.
Há, no entanto, limitações técnicas que expõem a fragilidade de alguns recursos generativos que podem acentuar riscos sociais e expor a necessidade de um letramento digital — o que, para a mesa, representa um grande desafio em tempos mais sensíveis, como o ano eleitoral que se aproxima. “Se as pessoas souberem que existe a possibilidade de gerar vídeos fakes com falas artificiais, por exemplo, já é um avanço em termos de cidadania. O enfrentamento [aos riscos gerados pela fragilidade da IA] tem que vir pela alfabetização do leitor”, destaca Dora.
Temas como manipulação e segurança também tiveram destaque na conversa. Dora, Gabriel e Patricia apontaram a evolução digital como caminho possível se existir um acompanhamento legislativo que garanta tanto o desenvolvimento tecnológico quanto social.
Patrícia Peck, por exemplo, faz uma síntese do campo legal com a dinâmica da tecnologia: “A segurança jurídica é uma ferramenta de harmonia social. Com a IA isso se acentua. No caso do Brasil, começamos com uma legislação pequena, depois fomos para o outro extremo, com algo denso e muito complexo, importado do modelo europeu. Precisamos alcançar um meio-termo que exija transparência, etiquetagem e um compromisso de não disseminar desinformação”, conclui.
O VOICES é um evento gratuito que acontece no dia 10 de dezembro no Museu de Arte Moderna (MAR), e conta com a presença de diversos especialistas brasileiros e internacionais. Neste encontro são abordados diversos temas, como inteligência artificial (IA), comportamento digital, inovação e empreendedorismo. O TechTudo terá uma trilha de mesas onde criadores de conteúdos, advogados, professores, pesquisadores e colunistas irão debater assuntos como tendências para dispositivos tech, golpes online e segurança digital, além de conteúdos sobre inteligência artificial.
*O Voices é uma iniciativa da Editora Globo e do Sistema Globo de Rádio, com patrocínio da Prefeitura do Rio e Secretaria Municipal de Educação, apoio da Zapt, patrocínio das trilhas por Claro Empresas e Insper e parceria da Play9.
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Voices: capital mais seletivo e ambição global são testes de fogo para startups brasileirasIsenção de responsabilidade: Os artigos republicados neste site são provenientes de plataformas públicas e são fornecidos apenas para fins informativos. Eles não refletem necessariamente a opinião da MEXC. Todos os direitos permanecem com os autores originais. Se você acredita que algum conteúdo infringe direitos de terceiros, entre em contato pelo e-mail service@support.mexc.com para solicitar a remoção. A MEXC não oferece garantias quanto à precisão, integridade ou atualidade das informações e não se responsabiliza por quaisquer ações tomadas com base no conteúdo fornecido. O conteúdo não constitui aconselhamento financeiro, jurídico ou profissional, nem deve ser considerado uma recomendação ou endosso por parte da MEXC.